7 de outubro de 2008

A MEMÓRIA DAS COISAS



Agora estas coisas de nada servem, dizem. Mas, os mais cuidadosos metem-nas em baús, penduram-nas a decorar adegas e tertúlias ou expoem-nas em museus etnográficos. Muitas, dada a sua inutilidade em tempo de mochilas e malas de rodinhas, vão parar ao caixote do lixo. Não foi o que aconteceu com estas, todas elas com mais de 80 anos, feitas pela avó materna da Gina, residente em Monsanto, Alcanena.

Cuidadosamente guardadas, estas sacas tecem estórias aos quadradinhos, em tecido. Os restos de roupas que vieram da América, trazidos, certamente, pelo avô materno, foram colocados lado a lado com sentido estético que ultrapassa a mera funcionalidade do objecto.
Mas, o mais surpreendente, foi encontrar no interior de uma delas, a bandeira portuguesa. "Deve ter vindo da América. Deve ter sido o meu avô que a trouxe e a minha avó encontrou-lhe utilidade, fazendo dela um forro."

2 comentários:

Luis Eme disse...

há sacas destas, que são autênticas obras de arte, tal é o gosto da cor e da harmonia dos tecidos...

abraço Teresa

saloia disse...

que bonitos