22 de setembro de 2010

TODOS - CAMINHADA DE CULTURAS - A VÓS

A Vós é peça de teatro idealizada por Ainhoa Vidal e interpretada por vários actores, entre eles a Mafalda Saloio.
Diz-se avós, a voz, a vós, sempre igual, com o mesmo som. E pensa-se coisas diferentes. E recebe-se tanta coisa, quando se vê este espectáculo a que os seus autores quiseram dar este ambíguo nome. Foram buscar avós que frequentam centros de dia, na zona do Martim Moniz e deram-lhes voz. Ouviram-nos. Saborearam as suas estórias. Recriaram-nas e entregaram-nas a nós.
Foi, integrado no Festival TODOS Caminhada de Culturas, nos dias 17, 18 e 19, num antigo edifício, em reconstrução. Começaram na rua, com mezinhas, com superstições rezadas tantas vezes pelos nossos avós. Levaram-nos para esse edifício que eles encheram de memórias. Ouvimos os postais de parabéns, dos nossos avós. Vimos os cuidados que netos e avós se dedicam mutuamente. Assistimos a um banho, simbolicamente, dado a uma jovem de branco, por uma avó rural, de negro vestida porque, como diz o programa, A Vós é um espectáculo sobre a transmissão e a passagem de testemunho. Uma ponte entre quem está prestes a partir e quem vê a sua vida ganhar um passado e um futuro.
É uma vivência extraordinariamente bela, humana, comovente e genial.
A Mafalda já tinha tido experiência semelhante em Palmela. E aqui revelou-se, mais uma vez, grandiosa, na sua forma me nos encantar com o corpo, a expressividade, os gestos, o sorriso e tudo o mais que se torna indizível, mas bem visível aos olhos e ao coração, com a avó Esmeralda sempre presente.




8 de setembro de 2010

Desperdício à CP

DESPERDÍCIO À CP

Concordo inteiramente com a crítica que Carlos Cipriano faz, na Gazeta das Caldas, de 23 de Julho de 2010, à política de desperdício da CP - A CP continua a promover idas à praia em viagens longas e com transbordo. É que gastar dinheiro em folhetos que vendem promessas enganosas é um desperdício. Ir das Caldas a S. Martinho, diz Carlos Cipriano “pode, de facto, ser uma boa alternativa”, mas não o é no mês de Agosto, precisamente quando a CP nos incita a utilizar os seus ineficazes serviços. Quem deseja aproveitar a vantajosa situação das estações de Caldas e S. Martinho – a primeira, no centro da cidade e a segunda, a 100 metros do mar – e dar um passeio nas óptimas passadeiras dunares e regressar antes da grande enchente não pode confiar na CP. Em tempo normal, quer dizer, fora de férias, o passageiro apanha o comboio das 8,31 e, dentro de 13 minutos, está na praia, sem canseiras e sem provocar poluição por sua própria conta, como faria com a sua viatura. Regressa, tranquilamente, às 10,09, numa viagem super agradável de poucos minutos. Nessa altura, o comboio é pontual. Os passageiros são pouquíssimos. Rapidamente descem uns e sobem outros e “lá vai o comboio, lá vai…”
Mas no Verão tudo isto se transforma. O comboio que deveria partir das Caldas às 8,31h aguarda 10, 15, 20 minutos ou mais, que se esgote a fila de utentes para adquirir bilhete. Com apenas um funcionário (suficiente em tempo de acalmia), a bicha prolonga-se com dezenas de pessoas desesperadas. No regresso, a mesma coisa. O comboio que deveria passar por S. Martinho a recolher os passageiros às 10,09h, passa quando pode.
Por conseguinte, em tempo de Verão, a CP faz-nos desperdiçar o nosso tempo, aguardando nas estações de Caldas e S. Martinho mais de 40 minutos, num percurso de ida e volta de 23 minutos e rouba-nos o tempo de descanso. Em vez de chegar às 8,11 a S. Martinho, chega por volta das 8, 45. Com atrasos de 30 minutos, numa viagem de 13 minutos e de poucos quilómetros a CP não chega a lado nenhum, nem os tais panfletos servem para nada!