Mafalda Saloio tem sulcado nos caminhos da sua vida uma persistente dedicação ao teatro. É por isso que quero falar dela, mas não só. É também porque hoje estreia, no Porto, a peça MANSARDA, do Grupo de Teatro CIRCOLANDO, do qual a Mafalda faz parte. E também porque a aprecio, porque adoro a simplicidade, a espontaneidade e o sorriso com que, de tempos a tempos, me brinda, tocando à campainha, como se estivesse num intervalo dos ensaios, a correr, sempre a correr, a rodopiar entre o Porto, as Caldas e Lisboa, mas sempre apaixonada pela vida.
É uma forte e doce lufada que me entra casa adentro. Verdadeiramente como se estivesse num intervalo, mas ainda com o corpo lá, fazendo gestos largos e abrangentes porque o que mais lhe agrada é o teatro físico, dos objectos, das coisas e da dança. Lembro-me de a ver a cantar no Chiado com o Sr. João, o homem da concertina, sobre quem tanta prosa escreveu. Lembro-me de a ver debruçada sobre esses escritos, agarrada ao mar, no Funchal. Era sempre a coisa que fervilhava no seu ímpeto e as pessoas.
Como cantava bem e dançava Chez Suzette, no marché aux puces de Paris ou no bateau mouche, no Sena! E sempre com pés de veludo, sem alaridos, sem ruídos e com uma enorme competência. Cursava, nessa altuta, na Escola de Jacques Lecoq, uma espécie de escola de mímica, de acrobacias e de trapezistas do improviso (2005-2007).
Mas antes, passou pelas Caldas, onde nasceu, e onde recebeu de Aníbal Rocha, a primeira piscadela de olho para as artes dramáticas. Seguiu-se Ávila Costa, que no grupo de teatro da Faculdade de Letras, de Lisboa, lhe estendeu os braços para o futuro.
Encontrei-a, pela primeira vez, em 1998, na Escola Secundária Raul Proença, entusiasta da vida que o corpo dava às pessoas e às coisas, amante de um teatro sem palavras e preparando o Lugar Vagon. Mais tarde percorreu as margens do Tejo, na Lisboa ribeirinha, à procura de um barco desactivado que servisse de palco a uma nova peça que seria uma viagem para nenhum e todos os sítios possíveis. E conseguiu concretizar o seu processo de busca – trazer o quotidiano para o palco.
Mas a minha intenção não é fazer um CV da Mafalda. É dizer que vale a pena não lhe perder o rasto e ver no Porto, no Teatro Carlos Alberto, ou em Lisboa, no CCB, MANSARDA, a última peça de uma trilogia sobre a Poética da Casa. Os que seguem o Festival de Teatro de Almada lembrar-se-ão dos CIRCOLANDO, tanto em 2008 como em 2009, com o QUARTO INTERIOR.
Mas antes, passou pelas Caldas, onde nasceu, e onde recebeu de Aníbal Rocha, a primeira piscadela de olho para as artes dramáticas. Seguiu-se Ávila Costa, que no grupo de teatro da Faculdade de Letras, de Lisboa, lhe estendeu os braços para o futuro.
Encontrei-a, pela primeira vez, em 1998, na Escola Secundária Raul Proença, entusiasta da vida que o corpo dava às pessoas e às coisas, amante de um teatro sem palavras e preparando o Lugar Vagon. Mais tarde percorreu as margens do Tejo, na Lisboa ribeirinha, à procura de um barco desactivado que servisse de palco a uma nova peça que seria uma viagem para nenhum e todos os sítios possíveis. E conseguiu concretizar o seu processo de busca – trazer o quotidiano para o palco.
Mas a minha intenção não é fazer um CV da Mafalda. É dizer que vale a pena não lhe perder o rasto e ver no Porto, no Teatro Carlos Alberto, ou em Lisboa, no CCB, MANSARDA, a última peça de uma trilogia sobre a Poética da Casa. Os que seguem o Festival de Teatro de Almada lembrar-se-ão dos CIRCOLANDO, tanto em 2008 como em 2009, com o QUARTO INTERIOR.
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