23 de maio de 2009
Caldas late night - Hábitos de Maio 12
A cidade mexe. Ouve-se música e burburinho durante a noite e no dia seguinte a festa continua na Rua da Montras. É um prazer andar na cidade durante estas noites!
Hoje, uma das varandas do meu bairro chamava a atenção por estar demasiado iluminada e, aparentemente, "decorada" da forma mais natural de uma varanda bairro: roupa a secar e cangalhada indecifrável, cá de baixo. A porta do prédio estava aberta. Um papel anunciava: aberto das 10,30-00,30. Um cartaz do Caldas late night identificava a iniciativa e uma música especial, vinda lá de cima, convidava a entrar.
Uma das coisas interessantes deste movimento é, precisamente, abrir as portas das casas a todos os que peregrinem pelos pontos animados pelos estudantes.
22 de maio de 2009
Aniversários - Hábitos de Maio 11
20 de maio de 2009
Dia da espiga antecipado - Hábitos de Maio - 10
A espera do Bom Verão - Hábitos de Maio 9
17 de maio de 2009
Na Região de Mafra - Hábitos de Maio - 8
1 de Maio - Rebolão (Malveira): manjar ritual sobre uma mó no cimo do Cabeço do Cerro, após o que a mó (pedra fêmea) era lançada Cerro abaixo (figurando o princípio masculino), com o objectivo de propiciar a fertilidade;
Visita das Fontes (Ericeira), com consagrações florais e ofertas de pão e trigo.
3 de Maio - Divina Bela Cruz (Póvoa da Galega): colocação de cruzes floridas nos campos.
O ritual de do dia 1 de Maio da Malveira assemelha-se ao que se passa em Monsanto (Idanha-a-Nova):
O cortejo dos habitantes sobe até ao castelo, encabeçado por mulheres que cantam e tocam adufes. A

levam cestos floridos à cabeça, mas um deles é designado por "bezerro florido" e é atirado do alto dos penhascos, ribanceira abaixo. Diz a lenda que este bezerro simboliza um gesto de há séculos levado a cabo pela população que, enganou os invasores, atirando-lhes com um bezerro, fazendo-lhes pensar que estava com fartura suficiente para aguentar o cerco. Foi este gesto que os salvou, pois os invasores partiram em retirada, afirma a lenda.
De facto, o que se homenageia é, não só a fertilidade, mas também o desejo de abundância das sementeiras que se iniciam.
Foto de Afonso Alves in PORTUGAL, FESTAS e ROMARIAS, CIL
16 de maio de 2009
Presente de Maio
Uma memória de luz ou pequena dissertação sobre a Primavera
Uma tarde estava eu na Ilha de Murano
A ver o esplendor do fogo das forjas
De onde saem peixes, relógios e cavalos
Quando me lembrei da força da terra
Não da terra propriamente dita, o planeta
Mas a terra de onde viemos e nos espera
Terá sido porque tinha estado em Burano
E no caminho vi o cemitério de Veneza
Cruzando a força das rendas das mulheres
E das redes dos pescadores dessa laguna
Com a fragilidade das flores mais secas
Sobre as pedras com as datas e os nomes
Lembrei-me mais da Primavera nesse lugar
Onde a terra era tão escassa e o mar imenso
No sono dos pequenos barcos no nevoeiro
No sossego interrompido pelos navios de luxo
Que descem o Adriático ao som da música
Mais fria, pobre e triste que se pode imaginar
Lembrei-me mais do cortejo do trem do cuco
Quando as coisas mais velhas e mais feias
Enchiam todos os carros de bois em desfile
Por entre os risos dos homens de barrete
E a desaprovação das mulheres velhas à porta
Porque havia ali coisas ainda boas de servir
Lembrei-me mais das fogueiras antigas
Nessas noites de cortejo no nosso Largo
Onde o Pelourinho é memória de justiça
E os rapazes mais velhos não deixavam
Que os pequenos saltassem a fogueira
Porque tudo tem o seu tempo na vida
Lembrei-me mais da nossa primeira festa
Que era sempre no Domingo de Pascoela
No Lugar da Granja Nova onde eu ia a pé
E o primeiro arroz de ervilhas da minha avó
Com o coelho do meu avô e dos meus tios
Era comido pelos músicos à beira do rio
Lembrei-me das nossas procissões à tarde
Quando eu segurava a naveta do incenso
E o turíbulo tinha brasas da nossa lareira
Que o meu tio ia buscar sempre a correr
Porque tinha o casaco de músico para vestir
Tocava trompete e fazia falta na filarmónica
Lembrei-me mais das festas de arraial
As gasosas a subirem do poço num cesto
A frescura nada tem a ver com frigorífico
Quando o vinho tinto amolecia as cavacas
E só assim o menino que era eu as comia
A olhar o coreto rodeado de sol e de pó
Lembrei-me mais de eu ser tão pequeno
E toda a gente na família me dizia
Para me levantar cedo e eu falhava
Não sejas lapão não deixes entrar o Maio
Repreendia a minha avó todos os anos
Sem nunca me explicar esta sua fala
Lembrei-me mais de ir ao Vale de Água
Para trazer os vários ramos da Primavera
Para nós, para a Tia Velha, para a Ti Zabel
Será por isso que ainda hoje no Chiado
Há quem venda estes ramos a alto preço
E um vai logo para o meu neto em Londres
Será isso hoje a Primavera possível
Um ramo num envelope almofadado
Ingénua maneira de prolongar o tempo
Que flutua numa memória qualificada
Mas não existe na verdade no campo
Onde se vive o esplendor dos pesticidas
Afinal nem tudo se perdeu, nem tudo caiu
Como eu não percebia as falas da minha avó
O meu neto vai demorar a perceber o ramo
Que ele possa chegar ao Outono como eu
Com o fogo da Primavera no seu olhar
E uma memória de luz onde tudo continua
José do Carmo Francisco
15 de maio de 2009
Maio nas Caldas
O Museu Bernardo festejou à sua maneira, nas margens. Não esteve na Avenida, mas, na sua sede, ali perto, organizou um concerto com a famosa banda, The Wall que, enquanto o fogo de artifício decorria, festejou, estridentemente, os 20 anos da queda do muro de Berlim. Ao mesmo tempo os performers destruíam a golpes de picareta o muro que, como as margens comprimem o rio, também ele comprimia o Museu.
Depois fizeram-se as contas e sobraram muitos milhares entre os gastos da Avenida e os do Museu Bernardo.
14 de maio de 2009
Procissões e rogações em honra de Maria - Hábitos de Maio 7
Eles espiolharam as intenções dos que assistiam, eles escarafuncharam o mais possível na razão das promessas, eles viraram do avesso a fé e a devoção, tipo cães pisteiros.
Para o ano a notícia continua: "Faz hoje um ano que a procissão não passou pelo Bairro da Bela Vista ..." Já nem farão referência ao nome da Senhora. Pouco lhes importará referir este acontecimento com um dos hábitos de Maio - a dedicação deste mês,a Maria, prática importada desde meados do século XIX. Também pouco lhes importa reflectir sobre a Rainha da Paz porque para o ano a luta será outra. Mas fica aqui registado este nome que coroa Maria, na sequência do culto à Grande Mãe e às deusas que na Primavera eram festejadas.
13 de maio de 2009
Dia de Santa Cruz - Hábitos de Maio 6
12 de maio de 2009
Liljekonvalje - Hábitos de Maio 5
Mais uma informação dada pela minha amiga Agneta Bjorkman: Na Suécia as pessoas oferecem estas flores, umas às outras. São chamadas Liljekonvalje (lírios dos vales).
11 de maio de 2009
Majblomma - Hábitos de Maio 4

MAJBLOMMA
europeu de pôr à porta e nos campos, flores amarelas, para glorificar a Deusa Maya e dar as boas-vindas à Natureza florida, do qual resta a cor amarela, obrigatória no centro da flor, dado que a cor das pétalas mudam de ano para ano, mas nunca a da corola.
Devo esta informação à minha amiga Agneta Björkman que me disse ainda que se recorda de ver, no dia 1 de Maio, os carros enfeitados com Majblomma.
Também em Portugal esse hábito era frequente até, pelo menos, aos anos 70. Ainda hoje se colocam flores amarelas à porta. Nuns sítios usan-se giestas e noutros, maias. Teófilo Braga assinalou este costume em O Povo Português, Vol. II: "no dia 1º de Maio, colocam-se nas portas e janelas flores de giesta, prservativo contra o Maio, que sem ele aleijará os bacorinhos, pintos e anhos."
6 de maio de 2009
Maio Florido - Hábitos de Maio 3

2 de maio de 2009
Não casar em Maio - Hábitos de Maio 2
Na Antiguidade e em toda a Idade Média perpetuou-se a interdição de efectuar casamentos neste mês, dado que se corria o risco de ter como esposa um ser vindo do outro mundo. Esta ideia de ver o casamento amaldiçoado persiste em algumas regiões de Portugal, substanciada, por vezes em ditos como este, que diz respeito a Mafra: “Casamento em Agosto é desgosto! Casamento em Maio é estéril”.
Os ritos e mitos deste mês rodam à volta da vegetação e das flores. Há descrições de paradas, cortejos e desfiles onde os intervenientes usavam fatos e chapéus floridos e do costume de pôr flores, ou mesmo plantar árvores, à porta das pessoas que se queria obsequiar, na noite que antecede o primeiro de Maio.
Em França mantém-se o hábito de oferecer um ramo de pequenas flores brancas, o muguet, aos amigos, neste dia. Em Portugal é usual colocar maias às portas das pessoas e enfeitar os carros e os campos com esta flor.
Na religião católica, este mês é consagrado a Maria.
1 de maio de 2009
Acordar cedo - Hábitos de Maio 1
Em muitas localidades, ainda persiste este hábito, como por exemplo, em Óbidos e algumas das suas freguesias.
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