24 de setembro de 2009

A Babel em construção

A Serra dos Mangues era uma localidade onde as pequenas casas tradicionalmente se protegiam na encosta contrária ao mar. Protegiam-se dos ventos e da maresia. Aproximavam-se do Vale Tifónico, mais fértil e acolhedor. Nessa altura, nestes sítios que ficam entre a Nazaré e S. Martinho, só se falava português.
Agora é uma Torre de Babel que dá guarida a holandeses, alemães, americanos, franceses e ingleses, onde se ouve falar português de quando em quando.
As casas já não se instalam no aconchego da serra. Espalham-se por onde calha, mas sobretudo pelos altos que sejam bem altos e de onde se aviste o mar.




Algumas delas vêm em camiões do estrangeiro e depois são montadas pelos novos habitantes da serra. Talvez por isso há cada vez mais cães e cada vez menos espaço agrícola.


21 de setembro de 2009

Vou deixar de te ver?


Eu já previa que isto ia acontecer. Eles dizem que fica tudo na mesma, que preservam a fachada, que preservam a fachada ... mas a fachada de uns é a traseira de outros!

20 de setembro de 2009

A pouco e pouco eles vão subindo, subindo... e as vistas somem-se!

18 de setembro de 2009

Obras na minha cidade



Comecei a perceber há algum tempo que vou deixar de te ver…

17 de setembro de 2009

Mafalda e o Teatro

Mafalda Saloio tem sulcado nos caminhos da sua vida uma persistente dedicação ao teatro. É por isso que quero falar dela, mas não só. É também porque hoje estreia, no Porto, a peça MANSARDA, do Grupo de Teatro CIRCOLANDO, do qual a Mafalda faz parte. E também porque a aprecio, porque adoro a simplicidade, a espontaneidade e o sorriso com que, de tempos a tempos, me brinda, tocando à campainha, como se estivesse num intervalo dos ensaios, a correr, sempre a correr, a rodopiar entre o Porto, as Caldas e Lisboa, mas sempre apaixonada pela vida.

É uma forte e doce lufada que me entra casa adentro. Verdadeiramente como se estivesse num intervalo, mas ainda com o corpo lá, fazendo gestos largos e abrangentes porque o que mais lhe agrada é o teatro físico, dos objectos, das coisas e da dança. Lembro-me de a ver a cantar no Chiado com o Sr. João, o homem da concertina, sobre quem tanta prosa escreveu. Lembro-me de a ver debruçada sobre esses escritos, agarrada ao mar, no Funchal. Era sempre a coisa que fervilhava no seu ímpeto e as pessoas.
Como cantava bem e dançava Chez Suzette, no marché aux puces de Paris ou no bateau mouche, no Sena! E sempre com pés de veludo, sem alaridos, sem ruídos e com uma enorme competência. Cursava, nessa altuta, na Escola de Jacques Lecoq, uma espécie de escola de mímica, de acrobacias e de trapezistas do improviso (2005-2007).
Mas antes, passou pelas Caldas, onde nasceu, e onde recebeu de Aníbal Rocha, a primeira piscadela de olho para as artes dramáticas. Seguiu-se Ávila Costa, que no grupo de teatro da Faculdade de Letras, de Lisboa, lhe estendeu os braços para o futuro.

Encontrei-a, pela primeira vez, em 1998, na Escola Secundária Raul Proença, entusiasta da vida que o corpo dava às pessoas e às coisas, amante de um teatro sem palavras e preparando o Lugar Vagon. Mais tarde percorreu as margens do Tejo, na Lisboa ribeirinha, à procura de um barco desactivado que servisse de palco a uma nova peça que seria uma viagem para nenhum e todos os sítios possíveis. E conseguiu concretizar o seu processo de busca – trazer o quotidiano para o palco.

Mas a minha intenção não é fazer um CV da Mafalda. É dizer que vale a pena não lhe perder o rasto e ver no Porto, no Teatro Carlos Alberto, ou em Lisboa, no CCB, MANSARDA, a última peça de uma trilogia sobre a Poética da Casa. Os que seguem o Festival de Teatro de Almada lembrar-se-ão dos CIRCOLANDO, tanto em 2008 como em 2009, com o QUARTO INTERIOR.

8 de setembro de 2009

Mercearia Pena

Poder apreciar as excelentes montras da Mercearia Pena é já um grande prazer. Ser surpreendido pela oferta de um cafézinho, vem mesmo a calhar, num sábado em que nas Caldas os veraneantes aproveitam a frescura da Praça da Fruta.

7 de setembro de 2009

Senhora da Gata

O Hotel Gat Rossio preencheu o nicho existente no prédio que restaurou e transformou, na Rua Jardim do Regedor, com esta Senhora da Gata. Vejam-se os pormenores:





















Lembro-me do escândalo que provocou a publicidade das Amoreiras que exibia uma Senhora segurando a alfacinha em vez do Menino. Não sei o que dirão, perante Nossa Senhora da Gata, as vozes que, na altura, a censuraram.
Enfim, no fundo, no fundo, trata-se da Senhora do Gat.