31 de julho de 2011

S. Cristovão em Portalegre

No último domingo de Julho, festeja-se S. Cristovão, em Portalegre. Além da procissão, procede-se à benção de viaturas porque se crê que este santo é o protector dos condutores. Acorrem a esta cerimónia, carros, motos, autocarros e tractores. Ritual semelhante faz-se, também, em Constância, na primeira segunda-feira a seguir à Páscoa. Em tempos passados, os barcos subiam rio acima e eram benzidos, em sinal de bom augúrio. Agora, porém, como já quase não há barcos, acorrem as viaturas e são benzidas pelo padre, que as asperge, da outra margem, com água benta, por cima das águas do Tejo.

17 de julho de 2011

Sinalética nas Caldas da Rainha - Bordallo Pinheiro - Loja, Museu e Restaurante

Finalmente! Finalmente começa a haver alguma sinalética que oriente o visitante da cidade das Caldas da Rainha.
Pelo menos, quem conseguir chegar até ao Largo da Rainha Dona Leonor, conhecido por Largo do Hospital Termal, à descoberta da fábrica, ou do restaurante ou do museu  Bordallo, encontrará esta indicação:

É pouco, mas há que louvar o pouco que se faz. É que para se descobrir um museu, uma mercearia tradicional, como a Pena, uma boa livraria, como a 107, um prédio arte nova, como o que fica no Largo das Gralhas, alguma azulejaria, como a que reveste as casas de finais do século XIX, ou mesmo alguma cerâmica ... para já não falar nos bordados característicos desta cidade ... nada encontrará se não usar e abusar do lema "quem tem boca vai a Roma".
Mas, neste caso, quem conseguir chegar até ao sítio, lá encontrará a confirmação:


16 de julho de 2011

Feira de Cerâmica Contemporânea


A Associação 3 cês continua a divulgação da cerâmica contemporânea de autor. Promove, como acontece há já 8 anos, a Mostra de Cerâmica, em S. Martinho do Porto, que pode e deve ser vista até amanhã, dia 17.
Este acontecimento, muito curto no tempo, mas de grande importância, deve-se ao labor, à persistência e à teimosia de alguns ceramistas, sócios desta Associação,  tendo como exemplo o empenhamento do francês Jean Ferrari.
Nas fotos, de cima para baixo, temos trabalhos de Ana Sobral, Carlos Lima/Xana Monteiro e Sérgio Amaral.

4 de julho de 2011

Maio Florido


As Maias, em Óbidos, à entrada da igreja.
As Maias era um ritual próprio da Primavera. No 1º de Maio, punham-se à entrada das portas flores
amarelas, chamadas Maias, para afugentar o mau olhado e para que o Maio não entrasse. Estas práticas foram sendo assimiladas pelo cristianismo, através de lendas e crenças. Por exemplo, diz-se que Nossa Senhora, na sua fuga para o Egipto, foi deixando marcas, para no regresso reconhecer o caminho. Essas marcas eram estas Maias. Diz-se também que a casa onde Jesus nasceu foi marcada com estas flores, para assim o denunciar, mas durante a noite todas as portas foram assinaldas da mesma forma, o que fez com que a dele não fosse reconhecida.
As Maias eram uma homenagem aos génios da Terra, génios estes que foram mudando ao longo dos milénios, conforme as culturas.

É uma notícia do jornal Amanhecer das Neves que me faz voltar a este assunto: Mujães realizou mais uma vez o concurso "Maio Florido", para manter a tradição de colocar nas casas, nas terras, nos carros e nos animais o "Maio" ou a "Maia". Estiveram a concurso 15 Maios, sendo que todos os participantes receberam um prémio e os mais distinguidos fizeram ricos arranjos florais.
Mantem-se a mesma prática, com funções diferentes, embora se diga que é para manter a tradição. Agora faz-se apelo a um certo bairrismo para enfeitar as casas e para mostrar que afinal ainda conservamos o brio de dar a ver uma terra bonita.
O que, anteriormente, era um acto individual, passou, a pouco e pouco, a uma manifestação colectiva. Algumas autarquias até são elas próprias que se encarregam de distribuir as Mais pela população ou até, de lhas pôr à porta.
E porque não?
O que é importante é perceber que estes jestos são ancestrais e que há um certo ADN que faz com que eles se transmitam através de gerações. Penso que isso nos enriquece.

3 de julho de 2011

Santo António, São João e São Pedro

 Em A-da-Gorda, concelho de Óbidos, os festejos em honra de Santo António serão, no meu entender, dos mais ricos e interessantes que se fazem, pelos santos populares, nesta região. A festa prolonga-se por cerca de uma semana, com os habituais bailes, quermesses e ruidosos conjuntos. Tão ruidosos que, mesmo nos momentos em que o convívio apetece, nos impedem de conversar e obrigam qualquer comum mortal a berrar para se fazer ouvir. Mas sem este ruído, dizem os organizadores, o povo não acorre e até se envergonha perante as outras freguesias que fazem ecoar sons estridentes, por montes e vales.
Ruídos à parte, não posso deixar de referir os vários indícios que persistem da tradição pré-cristã, de homenagem ao sol, em época de solstício. As pessoas vão buscar lenha que, à noite, é queimada à volta do pinheiro erguido no meio da praça com o par de namorados, também eles sacrificados pelo fogo. O largo enche-se de flores campestres e as raparigas praticam os seus rituais de adivinhação, chamuscando as alcachofras. Estas fogueiras, que se faziam na antiguidade, tinham por objectivo preservar a comunidade de malefícios. Procedia-se a um ritual próprio, para as acender, sendo,  muitas vezes, esta tarefa entregue ao rei ou a uma personalidade local. Depois, rapazes e raparigas saltavam a fogueira e faziam votos de casamentos futuros e felizes.