As Maias, em Óbidos, à entrada da igreja. |
As Maias era um ritual próprio da Primavera. No 1º de Maio, punham-se à entrada das portas flores
amarelas, chamadas Maias, para afugentar o mau olhado e para que o Maio não entrasse. Estas práticas foram sendo assimiladas pelo cristianismo, através de lendas e crenças. Por exemplo, diz-se que Nossa Senhora, na sua fuga para o Egipto, foi deixando marcas, para no regresso reconhecer o caminho. Essas marcas eram estas Maias. Diz-se também que a casa onde Jesus nasceu foi marcada com estas flores, para assim o denunciar, mas durante a noite todas as portas foram assinaldas da mesma forma, o que fez com que a dele não fosse reconhecida.
As Maias eram uma homenagem aos génios da Terra, génios estes que foram mudando ao longo dos milénios, conforme as culturas.É uma notícia do jornal Amanhecer das Neves que me faz voltar a este assunto: Mujães realizou mais uma vez o concurso "Maio Florido", para manter a tradição de colocar nas casas, nas terras, nos carros e nos animais o "Maio" ou a "Maia". Estiveram a concurso 15 Maios, sendo que todos os participantes receberam um prémio e os mais distinguidos fizeram ricos arranjos florais.
Mantem-se a mesma prática, com funções diferentes, embora se diga que é para manter a tradição. Agora faz-se apelo a um certo bairrismo para enfeitar as casas e para mostrar que afinal ainda conservamos o brio de dar a ver uma terra bonita.
O que, anteriormente, era um acto individual, passou, a pouco e pouco, a uma manifestação colectiva. Algumas autarquias até são elas próprias que se encarregam de distribuir as Mais pela população ou até, de lhas pôr à porta.
E porque não?
O que é importante é perceber que estes jestos são ancestrais e que há um certo ADN que faz com que eles se transmitam através de gerações. Penso que isso nos enriquece.
1 comentário:
claro que nos enriquece, Teresa.
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