4 de julho de 2011

Maio Florido


As Maias, em Óbidos, à entrada da igreja.
As Maias era um ritual próprio da Primavera. No 1º de Maio, punham-se à entrada das portas flores
amarelas, chamadas Maias, para afugentar o mau olhado e para que o Maio não entrasse. Estas práticas foram sendo assimiladas pelo cristianismo, através de lendas e crenças. Por exemplo, diz-se que Nossa Senhora, na sua fuga para o Egipto, foi deixando marcas, para no regresso reconhecer o caminho. Essas marcas eram estas Maias. Diz-se também que a casa onde Jesus nasceu foi marcada com estas flores, para assim o denunciar, mas durante a noite todas as portas foram assinaldas da mesma forma, o que fez com que a dele não fosse reconhecida.
As Maias eram uma homenagem aos génios da Terra, génios estes que foram mudando ao longo dos milénios, conforme as culturas.

É uma notícia do jornal Amanhecer das Neves que me faz voltar a este assunto: Mujães realizou mais uma vez o concurso "Maio Florido", para manter a tradição de colocar nas casas, nas terras, nos carros e nos animais o "Maio" ou a "Maia". Estiveram a concurso 15 Maios, sendo que todos os participantes receberam um prémio e os mais distinguidos fizeram ricos arranjos florais.
Mantem-se a mesma prática, com funções diferentes, embora se diga que é para manter a tradição. Agora faz-se apelo a um certo bairrismo para enfeitar as casas e para mostrar que afinal ainda conservamos o brio de dar a ver uma terra bonita.
O que, anteriormente, era um acto individual, passou, a pouco e pouco, a uma manifestação colectiva. Algumas autarquias até são elas próprias que se encarregam de distribuir as Mais pela população ou até, de lhas pôr à porta.
E porque não?
O que é importante é perceber que estes jestos são ancestrais e que há um certo ADN que faz com que eles se transmitam através de gerações. Penso que isso nos enriquece.

1 comentário:

Luis Eme disse...

claro que nos enriquece, Teresa.