18 de novembro de 2011

Cuidado com as MINÚSCULAS

Cuidado com as minúsculas! Não é porque, segundo o AO, os nomes dos meses, das estações do ano e dos dias da semana se passam a escrever com minúscula, que o pessoal  começa a usar as minúsculas a torto e a direito. Também fulano, sicrano e beltrano perdem o direito à Maiúscula, o que não quer dizer  que agora se passe a tratar as pessoas de forma ofensiva, como por exemplo o tal senhor doutor juiz (opcionalmente com minúscula ou maiúscula, conforme o AO) que foi afastado compulsivamente de exercer as suas funções, porque terá, alegadamente (nunca esta palavra foi tão útil …), alegadamente, dizia, absolvido a ré fofinha. Ora a sua intenção era dizer “fofinha com maiúscula” e não “fofinha com minúscula”, como foi transcrito para a acta. Fofinha era a empresa que foi absolvida e não a representante da FOFINHA, que talvez fosse “fofinha”, com minúscula, mas nesse assunto o juíz nada tinha a dizer. O facto de ter mais de 200 processos em atraso é que não abonou a ser favor, apesar de ficar ilibado das fofices.
Diz o Boletim informativo do conselho de magistratura (agora com minúsculas, de acordo com o AO), que numa das sentenças, relativa a um processo de 2009 e terminado um ano mais tarde,  "consta uma nota da acta" que diz que "pelo M.mo Juiz foi dito oralmente "absolvida a ré fofinha"". Ai as minúsculas e as maiúsculas... que confusões trazem! Cuidado!

17 de novembro de 2011

Espanto

Numa Rua de Lyon, este aviso: Máquina fotográfica - encontrada aqui.




9 de novembro de 2011

Amêijoa-japonesa à Bulhão Pato? Não, Obrigada.

 
Alguns seres humanos deixam-nos obras e factos tão relevantes para a nossa cultura que o seu nome jamais é apagado ou esquecido. Alguns são estimados, amados e acarinhados por familiares, amigos, investigadores e outros interessados naquilo que nos deixam e a sua memória é perpétuada. Outros vão sendo, a pouco e pouco esquecidos, apesar da importância do que fizeram, como é o caso do Cônsul de Bordéus, Aristides Sousa Mendes. Outros, ainda, vão sendo vilipendiados, ao sabor dos interesses dos que ganham à sua custa. Falo de gastronomia. Mais especificamente das amêijoas à Bulhão Pato que, segundo muitos autores, incluindo o reputadíssimo crítico gastronómico José Quitério, não foi ele o inventor, mas o certo é que o seu nome permanece ligado a esta iguaria. É praticamente esquecido como poeta e mesmo na terra onde viveu e morreu, Monte da Caparica, o seu nome reina ao lado da famosa amêijoa, apanhada a mergulho. Se é certo que o seu nome se tornou tão conhecido e referido, graças às amêijoas, certo é também que as amêijoas andam a deixá-lo pelas ruas da amargura e é necessário tomar medidas para impedir que o maltratem e até que o desonrem. Partamos da opinião de MEC: "É certo que Portugal tem as melhores amêijoas e a melhor maneira de servi-las, mas também é verdade que 99 em cada 100 vezes são mal confeccionadas". (...) Eu acrescentaria que essas boas amêijoas andam a ser substituidas pela amêijoa japonesa e que reputados restaurantes no-las apresentam feitas à Bulhão Pato. Além de serem mal confeccionadas, sem o saboroso coentro, sem o alho a boiar no molho, sem o subtil sabor a azeitte e sem o sumo que nos permite, como diz o MEC, bebê-las e não comê-las, como aliás se faz com as ostras, estas amêijoas são duras e sensaborosas.
Que esses restaurantes passem a chamar-lhes amêijoas à nossa moda ou amêijoas à moda de ... (e acrescentem o nome do cozinheiro ou do restaurante em questão). Assim já não há razão para indignação como aconteceu no tal reputado restaurante de Castelo de Vide. Aí as amêijoas, enormíssimas, (como a da figura acima) estão congeladas, são japonesas e não se podem comer, muito menos, beber.