Quase no equinócio da Primavera, a Irlanda festeja hoje S. Patrício, o santo que este país adoptou como patrono e ao qual dedica o seu feriado nacional. Diz-se que foi ele que introduziu o cristianismo na Irlanda e destruíu o paganismo. Diz a lenda que ele conseguiu acabar com todas as serpentes existentes no reino, animal conotado com cultos pagãos.
Os irlandeses vestem-se de verde, promovem desfiles carnavalescos, comem carne de vaca e usam um trevo na lapela, neste dia. Não só em Dublin, mas também na Escócia, França, Espanha, Canadá, USA e em qualquer outra parte onde a comunidade seja significativa (http://www.nuitdelasaintpatrick.com/2007)
Mas, passando por cima destas manifestações exteriores, atentemos, na exuberância do uso do verde e, no facto de S. Patrício, segundo a hagiologia oficial, ter vivido numa gruta (ou buraco), na ilha de Derg, como se este sítio fosse um acesso ao Purgatório,segundo a crença cristã, ou ao mundo do Além, que, segundo os Celtas era um mundo misterioso de fadas.
S. Patricio é festejado em periodo pascal e associado a um outro mundo mítico - evidentes semelhanças com Cristo que procede à passagem da vida à morte e da morte à vida. Ele desce aos infernos
e dá aos homens a esperança de vida eterna.
Festa de Primavera, festa do equinócio e festa lunar, a Páscoa está intimamente ligada ao mito sazonal com diferentes significados sobrepostos, simbolicamente associada a "passagem". Na realidade esta festa é a passagem de uma estação a outra - do Inverno à Primavera.
Dá-se a ressurreição da Natureza. Dá-se também a ressurreição de Cristo.
S. Patrício não é festejado em Portugal, por isso, não conheço qualquer provérbio que lhe faça referência, mas em França existem, pelo menos, estes dois:
"Quand il fait doux à la Saint Patrice de leurs trous sortent les écrevisses"
"Sème des pois à la Saint Patrice tu en auras à ton caprice".
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