Desde meados do século XVIII que a imagem de Nossa Senhora da Agonia é venerada em Viana do Castelo, a 20 de Agosto.
A primeira referência escrita ao culto de Nossa Senhora da Agonia data de 1744, mas a Romaria só nasce alguns anos mais tarde, por volta de 1823. Passou a movimentar tanta gente do concelho de Viana e de outras terras vizinhas, mas mesmo tanta gente, calculada, por exemplo, em 1862, em mais de 50.000 pessoas, que, em 1929, o Conde de Aurora, profundo conhecedor do Alto Minho, lhe atribuía o epíteto de A Festa Nacional do Minho. Já antes, em 1873, Pinho Leal escrevia que esta era “a mais concorrida” do Alto Minho e agora já é considerada a “ Rainha das Romarias de Portugal”.
Por efeito de réplica de grandiosidade, a de Lamego, em honra de Nossa Senhora dos Remédios passou a ser chamada de A Romaria de Portugal. Rivalidades à parte, estas são duas das grandes romarias que se fazem em pleno Verão. Como a de Lamego ainda há-se vir, lembro agora, a de Viana, que decorreu, de 8 a 23 de Agosto.
Mesmo antes da festa e da feira terem sido instituídas, já o povo se deslocava à capela da Senhora da Agonia em romaria, ansiando receber as indulgências que os papas e os bispos não se cansavam de atribuir a quem cumprisse com as condições impostas – assistir às missas celebradas em honra de Nossa Senhora da Agonia; rezar em determinados dias, tantas ave-marias, tantas salve rainhas ou tantos pai-nossos. Ao mesmo tempo pagavam as suas promessas e contribuíam fortemente para alimentar as obras que durante um século decorreram na igreja. O sal, as peças de vestuário, os cereais, o gado e o dinheiro que deixavam eram uma mais-valia para os construtores do templo.
Foi assim e com o decorrer do tempo que o culto de Nossa Senhora da Agonia ficou particularmente ligado à comunidade piscatória. A atestá-lo temos o número de ex-votos que aludem a milagres relacionados com o mar, com náufragos e com tempestades. Este aspecto torna-se mais visível no transporte do andor só por pescadores e no percurso que a procissão toma, privilegiando o bairro dos pescadores. É ainda factor relevante da quase “apropriação” do culto pelos pescadores, a procissão fluvial que desde 1968 passou a fazer-se, sendo a imagem conduzida num barco de pesca.
As actividades lúdicas foram crescendo. O arraial, os cantares à desgarrada e, mais tarde, a tourada agradavam a todos.
O brio dos organizadores, a disputa entre eles e a fama da romaria fizeram com que novas actividades fossem introduzidas: cabeçudos e gigantones em 1893, fogo preso em finais do século XIX, a Festa do Traje e a primeira parada agrícola, no início do século XX e o Cortejo Etnográfico, em 1933.
Hoje o programa contempla, para além das celebrações religiosas, manifestações cívicas, cortejos, desfiles, feira de artesanato, arraiais, ruas atapetadas de flores, concertos e muito fogo-de-artifício. A Romaria afirma-se, como festa municipal fundamentalmente desde os anos 30, coroando Viana, rainha e capital do Alto Minho.
A primeira referência escrita ao culto de Nossa Senhora da Agonia data de 1744, mas a Romaria só nasce alguns anos mais tarde, por volta de 1823. Passou a movimentar tanta gente do concelho de Viana e de outras terras vizinhas, mas mesmo tanta gente, calculada, por exemplo, em 1862, em mais de 50.000 pessoas, que, em 1929, o Conde de Aurora, profundo conhecedor do Alto Minho, lhe atribuía o epíteto de A Festa Nacional do Minho. Já antes, em 1873, Pinho Leal escrevia que esta era “a mais concorrida” do Alto Minho e agora já é considerada a “ Rainha das Romarias de Portugal”.
Por efeito de réplica de grandiosidade, a de Lamego, em honra de Nossa Senhora dos Remédios passou a ser chamada de A Romaria de Portugal. Rivalidades à parte, estas são duas das grandes romarias que se fazem em pleno Verão. Como a de Lamego ainda há-se vir, lembro agora, a de Viana, que decorreu, de 8 a 23 de Agosto.
Mesmo antes da festa e da feira terem sido instituídas, já o povo se deslocava à capela da Senhora da Agonia em romaria, ansiando receber as indulgências que os papas e os bispos não se cansavam de atribuir a quem cumprisse com as condições impostas – assistir às missas celebradas em honra de Nossa Senhora da Agonia; rezar em determinados dias, tantas ave-marias, tantas salve rainhas ou tantos pai-nossos. Ao mesmo tempo pagavam as suas promessas e contribuíam fortemente para alimentar as obras que durante um século decorreram na igreja. O sal, as peças de vestuário, os cereais, o gado e o dinheiro que deixavam eram uma mais-valia para os construtores do templo.
Foi assim e com o decorrer do tempo que o culto de Nossa Senhora da Agonia ficou particularmente ligado à comunidade piscatória. A atestá-lo temos o número de ex-votos que aludem a milagres relacionados com o mar, com náufragos e com tempestades. Este aspecto torna-se mais visível no transporte do andor só por pescadores e no percurso que a procissão toma, privilegiando o bairro dos pescadores. É ainda factor relevante da quase “apropriação” do culto pelos pescadores, a procissão fluvial que desde 1968 passou a fazer-se, sendo a imagem conduzida num barco de pesca.
As actividades lúdicas foram crescendo. O arraial, os cantares à desgarrada e, mais tarde, a tourada agradavam a todos.
O brio dos organizadores, a disputa entre eles e a fama da romaria fizeram com que novas actividades fossem introduzidas: cabeçudos e gigantones em 1893, fogo preso em finais do século XIX, a Festa do Traje e a primeira parada agrícola, no início do século XX e o Cortejo Etnográfico, em 1933.
Hoje o programa contempla, para além das celebrações religiosas, manifestações cívicas, cortejos, desfiles, feira de artesanato, arraiais, ruas atapetadas de flores, concertos e muito fogo-de-artifício. A Romaria afirma-se, como festa municipal fundamentalmente desde os anos 30, coroando Viana, rainha e capital do Alto Minho.
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