Em Portugal, as maiores referências à Rainha Santa, tanto no que diz respeito ao mito, como ao culto, encontram-se ao longo de diferentes eixos geográficos, identificados com percursos que a própria rainha fez. Um estende-se de Bragança a Coimbra e coincide com a entrada de Isabel de Aragão, em Portugal, para esposar o rei D.Dinis; outro estende-se de Lisboa a Coimbra, passando por Leiria, correspondendo ao caminho real medieval e continuando até Valença, dando seguimento ao caminho de Santiago de Compostela que a rainha fez como peregrina. Também Estremoz e Alenquer fazem parte desta rota, correspondendo, respectivamente, ao local onde a rainha faleceu e onde viveu. Por todos estes locais a rainha deixou memórias que contribuíram para criar uma auréola de santa, o que veio a culminar com a criação de um grande número de lendas e de sítios de culto. Na região de Leiria, Monte Redondo dedica-lhe uma festa anual, no mês de Julho. Em Ansião, terra, cujo topónimo, justifica a sua origem, numa lenda atribuída à Rainha Santa, tem quatro capelas e igrejas que lhe dedicam o culto, podendo até falar-se da rota da Rainha Santa. Também Odivelas, Amor (Leiria),Lumiar, Ansião, Almoster, Pataias, Cartaxo e Vila Flor, entre outras, justificam a sua toponímia em lendas etimológicas tendo por origem factos históricos, ou não, nos quais a Rainha é protagonista.
Para completar estes escritos sobre Isabel de Aragão, diga-se ainda que era uma rainha muito culta, da qual se pode falar com conhecimento em muitas fontes escritas, pois deixou inúmeras cartas pessoais e documentos que comprovam a sua importante acção social, como seja a fundação de hospitais (como o de Leiria), de hospícios, albergarias e gafarias (como a de Óbidos).
Agora, sim, para terminar, acrescente-se uma curiosidade: o seu rosto chegou até aos nossos dias, tal como ela própria mandou esculpir no seu túmulo. Não é, portanto, obra da imaginação de artistas, como acontece com o da Rainha D. Leonor, esposa de D.João II, irmã de D. Manuel.
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