16 de novembro de 2008

16 e 17 de Novembro em Porto de Linhares (Cós)

Porto de Linhares - Igreja da senhora da Luz - séc.XVII - Novembro 2008

Diz a lenda: Andava uma pobre velhinha a apanhar lenha, no que seria um enorme bosque, nos inícios do século XVII, num lugar designado por Vale de Deus, para os lados de Cós (Alcobaça), quando uma bela Senhora lhe apareceu a querer ajudá-la. Surpreendida, a dita aldeã recusou. Noutra ocasião,a Senhora voltou e insistiu, mas sem resultado. Insistiu ainda uma terceira vez mas, mudando de táctica, disse: "Catarina, segue-me. Encontrarás a tua chave". Mais espantada ainda ficou a velhinha, pois não havia confessado a ninguém como a apoquentava o facto de ter perdido a chave. Aceitou a sugestão e foi. Aparecida a chave, pediu-lhe a Senhora que escavasse um buraco na terra, ao que a mulher acedeu. Para grande surpresa, daí jorrou uma bica de água. "Vai e diz ao povo que aqui encontrará a cura para os seus achaques". E assim se cumpriu a vontade da Senhora. As curas multiplicaram-se.
Entretanto a fonte quase caíu no esquecimento. Pelo menos, está ao abandono, mas, graças à edificação de uma igreja, muito perto do local das aparições, o sítio é visitado anualmente, a 16 e 17 de Novembro, para homenagear Nossa Senhora da Luz. A data não deixa dúvidas da relação deste culto com antiquíssimos cultos à lua e a Isis, de quem já falámos aqui. Não era só na Primavera que se festejava o renascimento de Adónis, ou Tamouze ou Osíris. Também nesta época se festejava o encontro do corpo de Osíris, pela deusa Isís, aquando da descida aos infernos ou ao interior da terra. O filho simbolizava a semente que fecundaria a Terra, enquanto ela simbolizava a Lua e era festejada a 16/17 de Novembro, dia em que a tal senhora apareceu a Catarina Annes... dizem!
Na realidade, Frei Agostinho de Santa Maria diz que foi em Junho que tal aparição se deu. Mas isto de datas e de lendas nada é certo!
Constata-se, hoje, que o santuário é lugar de romaria de gentes da região e especialmente de nazarenas.



Dentro da Igreja - Novembro 2008

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