PARABÉNS à Mercearia Pena, pelos seus 100 anos.
Quando cheguei às Caldas esta mercearia tinha à porta uns bidões de línguas e caras de bacalhau salgadas e um outro com atum em salmoura. Emanava um cheiro característico de uma mercearia semelhante à que conhecia, em Ourém, do Manuel Cartucho (porque passava o tempo a fazer cartuchos..) que trazia na minha memória. Cheirava também a café ou a cevada. Recordo-me de um moço de recados, já pouco moço, de lentes muito grossas que andava pela cidade, a puxar um pequeno carrinho de duas (ou três rodas... mas não de 4, seguramente), com encomendas, com sacos de bacalhau e coisas semelhantes. Sempre o associei à Mercearia Pena porque era de lá que o via sair, com o seu apetrecho.
Mas eu, apesar de ficar sempre tipo "lèche vitrine", agarrada às montras, fascinada com os merceeiros, e seduzida pelas máquinas de café de balão, nunca fui cliente assídua.
Só a partir de Maio deste ano, já depois da sua remodelação, e depois do fecho da "minha" mercearia - A Linda -, é que me tornei cliente.
Embora já lá entre com muito à-vontade, sinto que ainda não faço parte daqueles clientes que se sentam numa cadeirinha e desfiam o rol das compras, daqueles que a empregada, muito simpaticamente ajuda a transportar os sacos, enfim, daqueles que ouvem de imediato um cumprimento à entrada: "Bom dia, Sr. Fulano, então como vai a D. Sicrana?" ou daqueles que basta espreitarem à porta, para de imediato saberem se já chegou o chá preferido ou as alheiras de caça, ou o tal bacalhau. Percebem?
Mas o cuidado com que me atendem é o mesmo. Simpatia. Delicadeza. Vontade de ajudar e sugerir outras hipóteses de compra. “Deseja um bom chá? Temos muitos. Deliciosos. Quer ver?” Ah! E a gente mesmo que tenha a caixa dos chás cheia, não pode sair sem mais um!
É lá que encontro uma panóplia de alimentos de óptima qualidade e alguns, quase raros, como os chícharos (lá, escrito com x's), prato de Inverno a não perder! É lá que estão as boas bolachinhas para o chá e bons queijos e boa charcutaria.
Fica um desejo, que nem o Vivaci, nem os Belmiros nem Companhia encharquem demasiado a cidade com super's de grandes superfícies que afoguem a MERCEARIA PENA.
Quando cheguei às Caldas esta mercearia tinha à porta uns bidões de línguas e caras de bacalhau salgadas e um outro com atum em salmoura. Emanava um cheiro característico de uma mercearia semelhante à que conhecia, em Ourém, do Manuel Cartucho (porque passava o tempo a fazer cartuchos..) que trazia na minha memória. Cheirava também a café ou a cevada. Recordo-me de um moço de recados, já pouco moço, de lentes muito grossas que andava pela cidade, a puxar um pequeno carrinho de duas (ou três rodas... mas não de 4, seguramente), com encomendas, com sacos de bacalhau e coisas semelhantes. Sempre o associei à Mercearia Pena porque era de lá que o via sair, com o seu apetrecho.
Mas eu, apesar de ficar sempre tipo "lèche vitrine", agarrada às montras, fascinada com os merceeiros, e seduzida pelas máquinas de café de balão, nunca fui cliente assídua.
Só a partir de Maio deste ano, já depois da sua remodelação, e depois do fecho da "minha" mercearia - A Linda -, é que me tornei cliente.
Embora já lá entre com muito à-vontade, sinto que ainda não faço parte daqueles clientes que se sentam numa cadeirinha e desfiam o rol das compras, daqueles que a empregada, muito simpaticamente ajuda a transportar os sacos, enfim, daqueles que ouvem de imediato um cumprimento à entrada: "Bom dia, Sr. Fulano, então como vai a D. Sicrana?" ou daqueles que basta espreitarem à porta, para de imediato saberem se já chegou o chá preferido ou as alheiras de caça, ou o tal bacalhau. Percebem?
Mas o cuidado com que me atendem é o mesmo. Simpatia. Delicadeza. Vontade de ajudar e sugerir outras hipóteses de compra. “Deseja um bom chá? Temos muitos. Deliciosos. Quer ver?” Ah! E a gente mesmo que tenha a caixa dos chás cheia, não pode sair sem mais um!
É lá que encontro uma panóplia de alimentos de óptima qualidade e alguns, quase raros, como os chícharos (lá, escrito com x's), prato de Inverno a não perder! É lá que estão as boas bolachinhas para o chá e bons queijos e boa charcutaria.
Fica um desejo, que nem o Vivaci, nem os Belmiros nem Companhia encharquem demasiado a cidade com super's de grandes superfícies que afoguem a MERCEARIA PENA.
4 comentários:
também me lembro dele, Teresa. era grande e usava uma bata creme...
e sempre gostei daqueles cheiros, especialmente o de café...
:)
que maravilha
tenho de visitar!
Há dias entrei numa loja do comércio dito tradicional (este nome só por si diz tudo - a livraria loja 107 é tradicional e a Bertrand do Vivaci é moderna? porquê?) para desejar Boas Festas à sua proprietária. No fim das saudações, disse-me ela com toda a naturalidade: "Vou aproveitar a hora de almoço para ir ao Vivaci fazer umas compras".
Não frequento o Vivaci, na verdade nunca lá entrei. Do ponto de vista urbanístico, a solução tem custos muito elevados. Resta saber se esses custos não serão superiores a eventuais ganhos no preço dos produtos de consumo ali transaccionados.
Obrigado Teresa por nos chamar a atenção para o centenário da Mercearia que deu origem a um lote de café nacionalmente conhecido: o "café do Pena"!
Teresa.
Muito obrigada pelo post referente á Mercearia Pena. Apesar de a minha ligação à Mercearia Pena ser só a de um cliente esporádico e de contar com o benefício da amizade do Rui do Pena, (na verdade, da Bernarda), gostei de ler.
Não só porque os elogios são totalmente merecedores mas também pelo facto de a Teresa chamar a atenção para o comércio onde me integro: o chamado comércio tradicional. Nunca percebi muito bem o porquê esta definição; prefiro considerá-lo como comércio de rua, ou de proximidade.
Quanto ao comentário do amigo João Serra, da minha pretensão de ir às compras ao novo centro comercial, durante a minha hora do almoço, não passa de blague meu, pois ainda lá não fui, nem estou muito entusiasmada com a ideia de ir para lá passear, tanto mais que as minhas necessidades podem ser satisfeitas nos estalecimentos comerciais próximos de mim.
E entre uns e outros, confesso a minha total preferência pelos meus vizinhos.
Teresa continue atenta ao que se passa na nossa cidade. Nós agradecemos. Um abraço
Isabel
Enviar um comentário