4 de junho de 2011

Há certas lojas onde apetece não mais voltar

Tem ginja? Perguntou o cliente com pronúncia marcadamente brasileira. Viu-se que sabia ao que vinha. Não hesitou nem olhou as muitas garrafas que existem nesta garrafeira onde também eu me encontrava, na mais movimentada rua de Óbidos, e avançou com a marca da tal desejada ginja. 
Não aprecio ginja. Nem estava ali à procura de ginja, mas a minha presença estava relacionada com esta bebida. Procurava a sua feitora, a menina, agora senhora, que herdou do seu avô o gosto pelas alquimias. Ela não estava. E ainda bem. Não teria gostado de ouvir o comentário do empregado que não tinha a tal ginja que o cliente procurava e que se resume nesta verborreia palavrística: essa é uma ginja que tem o dobro do preço da nossa. 25€! E sabe a xarope. Sabe a remédio. É intragável. 
Podíamos ter ficado por aqui, mas não ficámos. Insurgi-me com o que ouvi e que achei, pelo menos, de mau gosto mas, sobretudo, indelicado e pouco profissional. E deixei esta minha opinião.
Finalmente despedi-me com um certo desejo de ir à garrafeira ao lado, procurar a tal ginja que sabe a remédio.

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