12 de dezembro de 2008

Santo André, a Água e o Azeite. E Vénus

O topónimo Santo André está sempre associado à água - do mar, dos rios, das albufeiras, dos lagos e das lagoas. Pode até dizer-se que pensar Santo André é pensar água. Pois por isso mesmo, até existem as Águas de Santo André. E também o Navio Museu Santo André, outrora pesqueiro do bacalhau, e agora atracado na Ria de Aveiro, em Ílhavo.
Não faltam as feiras de Santo André, também elas, junto à água, como a de Mesão Frio, de frente para o Douro.
Como este santo era pescador, na Galileia, passou a ser associado também a quem anda e trabalha no mar, nos rios ou nas lagoas. Curiosamente é este mesmo atributo que o faz estar ligado à expressão mar de azeite, que pretende enunciar um mar calmo, calmíssimo. E como é que ele passa da água, para o azeite, elementos que jamais se misturam e confundem? Precisamente porque dantes, quando os barcos contornavam a ponta oriental de Chipre (da qual Santo André é padroeiro), onde se encontra um mosteiro em sua honra, lançavam no mar garrafas cheias de azeite que as ondas levavam até à terra, para alumiarem o santo.

Estes ex-votos tinham por finalidade pedir um mar calmo, um mar d'azeite, como diziam, e pedir a protecção do Santo, quando o mar deixasse de ser de azeite e por isso mesmo se tornasse perigoso.

E ainda para corroborar a ligação deste culto à água, diz a tradição que o seu primeiro milagre foi fazer jorrar uma fonte de água doce na ponta Este de Chipre, local, até aí dedicado a Vénus.

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