13 de fevereiro de 2009

Sexta-feira, treze

O número 13 deu que fazer à imprensa, às rádios e às televisões. Movimentaram-se todos para arranjar explicações para este dia azarento.
Procuraram rituais que alimentam a superstição, dando, assim, continuidade ao mito e incentivando o aparecimento de outros.
Não falaram no 12, nem no sábado. Ora o 13 azarento não existiria se o 12 não fosse visto como um número perfeito e a sexta azarenta, não existiria se não abrisse a porta para o Sabat.

3 comentários:

João B. Serra disse...

E os hotéis onde os elevadores "saltam" do 12º andar para o 14º? E as "aflições" por que passa o protocolo quando descobre que afinal são 13 à mesa?

Teresap disse...

As práticas alimentam o mito. A meu ver, ainda bem.
O elevador não pára no 13º andar e o protocolo dispensa uma pessoa ou convida mais outra para não mostrar a imperfeição das coisas. Pois é, João, recordo o seu comentário ao nome do meu blog: "as coisas não são como são e, por isso, é que e Teresa fala nelas". Mas mesmo que não sejam, nós engendramos forma de as fazer ser. A fuga ao 13 é um exemplo.
Agradeço imenso o seu comentário.
Já agora, conte como se desenvencilhou dos 13...

João B. Serra disse...

Muito bem, vou tentar. Não há regras, a não ser a regra de não correr o risco de sentar 13 pessoas à mesa num jantar "oficial". É que pode haver alguém supersticioso que pura e simplesmente se recuse a ocupar o seu lugar.
O melhor é pois evitar tal embaraço. Mas imagine - e sucede mais frequentemente do que se supõe - que à ultima hora se descobre que, porque alguém não pode vir ou outrém afinal não pode deixar de ser convidado, estamos perante 13 pessoas. O expediente mais simples mas mais desagradável consiste em aplicar o princípio do harmónio: fazer saír ou entrar alguém da "casa". Em princípio o pessoal da "casa" está treinado para estas hipóteses e sabe que ela faz parte das suas responsabilidades. Mas a solução mais "elegante", aplicável sempre que se verifiquem condições materiais para tal, é o desdobramento da mesa, formando-se uma mesa principal ( com 8 ou 9 membros) e uma mesa "técnica" com os restantes - esta preferencialmente noutra sala.
Como vê, o 13 tem um peso protocolar próprio.